Joaninhas

18:13




O calor do sol me esquentava. Não havia nenhuma nuvem no céu, assim como não passavam pensamentos dentro de mim. A única coisa que importava era aquele momento.

Até que ele apareceu, cobrindo o sol que me aquecia. Fiquei feliz em vê-lo. 
Havia me trazido um presente.
Uma Joaninha! Quase me esqueci de meu silêncio na vontade de soltar um murmúrio de contemplação. 
Sem dizer uma palavra, a joaninha passou de sua mão para a minha, e da minha de volta para a dele. Fizemos isso algumas poucas vezes antes de ele me deixar sozinha novamente. Com o meu silêncio. E agora com a minha joaninha. 
Como é fácil ser feliz! – Pensava. 
Era impossível conceber a ideia de uma joaninha triste. 
Ela era feliz porque apenas era. Existir não precisava ser difícil. Tinha tudo que necessitava ao seu alcance. Para que sofrer? 
Não existiam preocupações, não existiam expectativas. 
Simples. Natural. Tranquilo. Feliz. 

Então, afinal, se a joaninha pode ser simplesmente e constantemente feliz, por que é que nos não podemos? Será que a consciência nos faz infelizes? Ou apenas parcialmente felizes? 
Ora, então preferia ter nascido joaninha! 
Não pensava, mas era feliz.

Passava a pequena existência que me havia sido presenteada de uma mão para a outra, sempre a fazendo trocar o caminho quando o atual não me convinha mais. E pensava, sobre a joaninha e sobre a (infeliz) existência humana.
Ate que me distrai o suficiente e me esqueci de mudar seu trajeto. Ela ultrapassou minhas pulseiras e chegou ao meu braço. Percebi que ela andava um pouco mais devagar e resolvi investigar o mistério.
Pois bem, a pequena estava com dificuldades de atravessar meus pelos. 
Quando a devolvi a natureza, entretanto, ela parecia tão feliz quanto antes. Como se não existissem pelos em seu mundo. 

A diferença entre a joaninha e nós, portanto, concluo que está na forma como lidamos com as frustracoes que a vida nos traz invariavelmente.
Se deixássemos o passado no passado e o futuro no futuro, aproveitando ao máximo o momento presente, poderíamos também ser felizes como a joaninha.
Talvez, acrescento, até mais!
Porque a joaninha não tem consciência de que e feliz: ela apenas é. 
Já nós, podemos contemplar a felicidade, crescer e aprender com ela.
Viver conscientemente uma vida feliz, plena e presente.


Presente no momento. Meu presente. Minha joaninha. 

Leia também:

0 comentários

Últimas Postagens

Recent Posts Widget

CURTA O BIRDDLIFE NO FACEBOOK

Formulário de Contato